O deputado Felipe Mota (União) cobrou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta quinta-feira (14/11), da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) a divulgação de prognósticos mais assertivos das chuvas no Ceará.
De acordo com o parlamentar, no ano passado, a Funceme teria anunciado uma seca de grande impacto, o que causou um efeito dominó no setor agropecuário. “Muitos produtores deixaram de plantar seguindo as recomendações da Funceme, e tivemos um ótimo inverno. A Funceme novamente anuncia a mesma coisa para o ano que vem, e eu digo ao produtor que não caia nessa. Compre sua semente e prepare seu plantio. E que a Funceme pare de disseminar histórias que prejudiquem o produtor rural, até porque não precisamos de água o ano inteiro, e sim de chuvas regulares”, alertou.
Felipe Mota aproveitou ainda para cobrar responsabilidade dos deputados federais na discussão da proposta de emenda constitucional (PEC) de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP) que reduz a jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais. “Todo mundo quer dizer que resolve os problemas, mas não quer saber como vai fazer. Sabe por que estão assinando a PEC? Porque a conta sobra para o Governo. É preciso dialogar com todas as camadas e entender os impactos que a medida pode gerar”, avaliou.
Em aparte, o deputado Queiroz Filho (PDT) afirmou que as previsões da Funceme já viraram motivo de piada entre os cearenses. “Sabemos que as previsões têm chance de erro, mas é preciso um investimento maior para que essas previsões possam realmente nortear o produtor rural”, defendeu.
O deputado De Assis Diniz (PT), por sua vez, lembrou que o conceito metodológico da Funceme é a probabilidade. “Há um acompanhamento quinzenal e mensal da temperatura das águas do (oceano) Pacífico e (oceano) Atlântico e, com base nisso, se prepara um prognóstico. O técnico não inventa moda, ele trabalha com aqueles dados”, explicou.
Já o deputado Alysson Aguiar (PCdoB) destacou a proposta de redução na jornada de trabalho. “Sabemos o quanto é importante para o trabalhador o descanso, mas a gente pede responsabilidade com essa PEC. A discussão precisa ser profunda e ampla, não é para as redes sociais, mas para o setor produtivo. Uma medida dessa sem planejamento, a longo prazo, pode gerar um aumento da inflação e do trabalho informal. Somos a favor, mas que seja feita com responsabilidade”, defendeu.
Edição: Vandecy Dourado
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