No dia seguinte às duas explosões que ocorreram perto do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, e deixaram uma pessoa morta, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, criticou a possibilidade de anistia a quem atenta contra a democracia. "Querem perdoar sem antes condenar", afirmou ele, em referência aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Na noite de ontem, o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morador de Rio do Sul (SC), deixou um carro com fogos de artifício próximo à Câmara dos Deputados. Às 19h30, o veículo pegou fogo.
Cerca de 20 segundos depois, houve uma nova explosão, desta vez em frente ao STF. Logo após tentar entrar na sede do Judiciário, Francisco, que tinha artefatos presos ao corpo, arremessou um explosivo em direção à estátua "A Justiça" e outros dois em direção ao prédio. Na sequência deitou-se no chão na Praça dos Três Poderes e acionou mais um explosivo. Ele morreu no local, e o corpo só foi retirado 13 horas após as detonações. A Polícia Federal (PF) vai investigar o caso como ato terrorista.
Os agentes fizeram hoje uma varredura na praça dos Três Poderes e encontraram um trailer com explosivos que tinha sido alugado por Francisco. A PF também descobriu que o autor das explosões alugou uma casa em Ceilândia, cidade satélite de Brasília. No imóvel foram encontrados mais artefatos explosivos e uma mensagem contra o STF escrita em um espelho. Uma gaveta explodiu ao ser aberta por um robô do esquadrão antibombas.
Em 2020, Francisco chegou a se candidatar a vereador em sua cidade pelo PL, mas não se elegeu. A ex-mulher dele disse à PF que o plano do chaveiro era matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. A polícia ainda vai apurar se outras pessoas participaram do planejamento das explosões.
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